Durante entrevista concedida ao Bom dia São Paulo nesta terça (23), o navegador Amyr Klink contou sobre como tem encarado o confinamento durante a pandemia do Coronavirus.
"Minha primeira experiência de solitude no mar foi durante 100 dias, em um barquinho a remo, era um confinamento diferente do que vivemos hoje no mundo, além de ser voluntário. Para mim, apesar de ter passado por tantas experiências em mais de 40 viagens, tem sido um pouco duro porque é um confinamento estático e compulsório. A gente não tem um porto para chegar e não sabemos por quanto tempo vamos ficar nesta situação".
Em casa, ele aproveitou para dar dicas a todos que estão passando pelo mesmo problema mundial. "Penso que é fundamental construir uma rotina, ela faz uma diferença muito grande. Quando eu fiquei preso durante nove meses, sozinho, na Antártica, no começo eu desfrutava da liberdade de fazer o que quisesse, mas depois percebi que estabelecer uma rotina me fazia ser mais produtivo, exatamente para a gente não ficar à deriva durante toda esta situação".
Quando perguntado se gostaria de estar a bordo neste momento, foi taxativo. "Se pudesse escolher, eu adoraria estar no mar porque apesar de estar confinado, é um confinamento muito dinâmico com um objetivo, mas ficar em casa é mais difícil, uma situação a qual nunca imaginei, mas vamos aprendendo a construir uma nova rotina e um propósito, questionando valores e o que precisamos de fato. No fim de tudo isso, espero que a gente aprenda alguma coisa".
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