Campeões Brasileiros de 470 (2024), Hexacampeões do N-NE de Snipe (2024), Top 10 do Mundial de Snipe (2024), Medalha de Bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago na Classe Snipe (2019 e 2023), Bicampeões Brasileiros de Snipe (2002 e 2023) e uma série de conquistas em participações na mais diversas classes, como J70 e HPE25.
O currículo da dupla de velejadores baianos Juliana Duque e Rafael Martins não é só extenso, mas cheio de histórias e desafios superados pela dupla e casal, que vivem diariamente em busca da realização de metas e, sobretudo a classificação para as Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.
Em uma entrevista promovida pela Ellas Eventos Náuticos, Z6 Náutica e com o apoio do site Mar Bahia, eles fazem um resumo do ano e dos planos para o futuro. Confira.
Z6/ELLAS - O Campeonato Brasileiro de Snipe 2024 trouxe grandes desafios com mais de 100 barcos na raia. Como foi competir em um evento de tão alto nível?
JULIANA DUQUE E RAFAEL MARTINS - No Brasileiro de Snipe, defendemos o título da competição (somos bicampeões), que foi bem difícil, em meio a mais de 100 barcos em uma raia difícil no Rio de Janeiro. Apesar de não termos feito a campanha esperada, terminamos na sétima colocação, em meio a grandes nomes da classe.
Z6/ELLAS - Além do Snipe, vocês também estão focados na Classe 470. Como equilibram os treinamentos e competições entre essas classes?
JD/RM - Hoje em dia velejamos muito pouco de Snipe, já que fazemos a campanha olímpica na Classe 470, que é uma classe desafiadora e com um nível mundial altíssimo e grandes representantes brasileiros com medalhas. Isso nos faz ter que treinar bastante, já que há estamos na classes há cerca de três anos e ainda assim não conseguimos colocar o nível de horas necessárias para treinamento, por não ter uma classe forte no Brasil e também estarmos treinando mais em competições internacionais. Mas, seguimos evoluindo e estamos começando um novo ciclo para as Olimpíadas de Los Angeles, em 2028. Nos sentimos mais preparados e vamos fazer o possível para também representarmos o Brasil nos Jogos Olímpicos.
Z6/ELLAS - Vocês foram medalhistas de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Chile em 2023. Como foi a experiência de representar o Brasil em um evento tão importante e o que essa conquista significou para vocês?
JD/RM - Fomos medalha de bronze em 2023 na Classe Snipe, uma classe que ainda gostamos muito, é um barco técnico, então mesmo não treinando tanto, nos soma em regatas de alto nível. Participar do Pan é muito bom por haver a possibilidade de sermos os únicos na classe a representar o seu país. É um evento parecido com as Olimpíadas, então é um reconhecimento muito grande do nosso trabalho. Ainda vamos lutar por uma medalha de prata ou ouro, mas é sempre uma felicidade já poder participar e competir.
Z6/ELLAS - Quais são as principais diferenças técnicas e estratégicas entre velejar na Classe Snipe e na 470? Há alguma preferência pessoal?
JD/RM - São dois barcos de duplas mista que temos muito prazer em velejar. A grande diferença técnica é que a Classe 470 é um barco bem rápido, principalmente no contravento. Mas, a Classe Snipe também tem as suas peculiaridades e que permite que você esteja ao lado de grandes nomes nacionais e mundiais. Mas, atualmente, a Classe 470 é o nosso foco para a conquista do sonho olímpico.
Z6/ELLAS - Qual foi o momento mais marcante da temporada 2024 para vocês? E qual título consideram o mais significativo em suas carreiras?
Z6/ELLAS - Em 2024, eu (Rafael) participei na Classe J70, em um barco muito gostoso de velejar, estive na tripulação de Bruno Bethlem, é um classe super desenvolvida no mundo, totalmente profissional, onde tive a oportunidade de já participar do meu primeiro mundial, já com um nono lugar em uma raia com mais de 100 barcos em Palma de Mallorca. É uma classe desafiadora e de alto nível, então, acho que esse ano foi o meu ponto alto.
Já com Ju, ganhamos o nosso primeiro título no Brasileiro de 470, conquistamos o Campeonato Baiano de HPE. Em nossa carreira, acho que o principal título foi a classificação em 2018 para o o pré-panamericano em Florianópolis, quando conseguimos a vaga para os Jogos Panamericanos de Lima, no Peru.
Z6/ELLAS - Como avaliam o cenário da vela no Brasil? Quais são os maiores desafios para atletas da modalidade no país?
JD/RM - O cenário da Vela no Brasil é bom na área de desenvolvimento e turismo náutico, com aquisição de embarcações e isso vem crescendo bastante. Já no cenário olímpico, acho mais difícil, com mudanças na CBVela e no Comitê Olímpico Brasileiro. Atualmente, apesar de termos apoios deles, precisamos fazer uma campanha com nossos próprios recursos.
Há um suporte, uma ajuda, mas temos que buscar nossos patrocinadores e leis de incentivo. Então, o cenário de Vela é bom por um lado e um pouco nebuloso por outro, sobretudo com as classes olímpicas. Tudo que a gente ganha em real precisa gastar em euro, então é muito mais difícil de equilibrar. É uma guerra diária, não apenas de treinamento, parte física e psicológica, mas também por uma busca incessante de dinheiro para fazermos uma boa campanha.
Z6/ELLAS - Vocês são um exemplo de parceria de sucesso. Qual o segredo para manter uma boa sintonia dentro e fora das competições?
RAFAEL MARTINS - Eu e Ju, acho que quando morrermos vamos precisar ser estudados (Risos)! A gente faz tudo junto. Somos marido e mulher, grandes amigos e parceiros na água. Praticamente, vivemos tudo juntos e agradecermos , embora tenhamos bastante cuidado para não misturarmos tudo. A gente briga na água, mas não levamos para casa a fim de que posamos continuar com nossa harmonia. Eu sou muito feliz em poder dividir tudo isso com ela.
Z6/ELLAS - Quais são os próximos objetivos para 2025? Há algum foco especial em competições internacionais ou em preparação olímpica?
JULIANA DUQUE E RAFAEL MARTINS - Continuamos com o objetivo da campanha olímpica, fazendo um circuito intendo de temporada europeia na Classe 470 até meados de junho, pelo menos, a fim de continuarmos evoluindo na classe e em nossa trajetória profissional.
Veja vídeo em homenagem ao casal de velejadores:
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