Umbigo da Bahia. Assim batizado pelo escritor Jorge Amado, o Forte São Marcelo, promete ser reaberto ao mundo. Reunindo membros de diversos segmentos de Salvador, incluindo o navegador Aleixo Belov, o Grupo Kirimurê anunciou a intenção em revitalizar o espaço, tido como um dos mais importantes da Capital da Amazônia Azul.
O Forte São Marcelo segue fechado para visitação desde 2011 e, apesar da última reforma feita pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2016, a um custo de R$ 7,5 milhões, o Forte segue sem destinação. Com isso, o objetivo do Kirimurê (termo usado pelos índios tupinambás para referir-se à Baia de Todos os Santos) é apresentar um projeto que desenvolva ações turísticas e culturais, incluindo estudos e pesquisas, transformando o local em um centro efetivo de atividades na Baia de Todos os Santos. De acordo com o presidente do Grupo Kirimurê, Lourenço Muller, "O Forte será a vitrine permanente das belezas geográficas da Bahia, pois sua vocação natural é mar e a navegação".
Disputas
Inicialmente erguido para proteger Salvador, o Forte virou palco de muitas disputas, sobretudo burocráticas, impedindo sua plena utilização por baianos e turistas, que puderam somente por cinco anos (entre 2006 e 2011) realizar visitações promovidas pela Associação Brasileira dos Amigos das Fortificações Militares e Sítios Históricos (Abraf). Anésio Leite, mais conhecido como Coronel Leite, e que presidia a instituição, conta que é lamentável a situação a que o destino do Forte chegou. "Promovíamos uma intensa atividade no São Marcelo, com visitação em réplica de uma nau, interação com atores e museólogos, e tudo isso foi perdido. Não há lógica um equipamento deste permanecer fechado por tanto tempo", declarou ao Mar Bahia, que também esteve presente durante a apresentação da reforma feita em 2016. Na ocasião, o prefeito ACM Neto declarou que a previsão para reabertura do Forte seria até o final de 2017, sendo completamente integrado ao roteiro turístico e náutico da Baía de Todos os Santos.
Impasse
Diante do impasse, organizações como o Projeto Tamar seguem em negociações com a prefeitura para uso do espaço. A previsão seria transformar o equipamento em um aquário de visitação - ideia refutada pelo Grupo Kirimurê, que defende um aproveitamento mais abrangente para o Forte.
"O Forte São Marcelo está encalhado. Muita gente namora e ninguém quer casar. Mas nós queremos e vamos ajudar no que for possível para isso", defende Aleixo Belov.
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Com a formalização de uma proposta à Camara de Vereadores para discutir os possiveis usos do Forte S. Marcelo, o vereador Claudio Tinoco demonstra mais uma vez o seu perfil de intelectual preocupado com a cultura da cidade. Que os anjos da boca mole digam amém...