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Veleiro Marujo's: pódios, tradição e conquistas em família

Um barco que é símbolo de pódios, tradição e muitas conquistas. O veleiro Marujo's Stanley, da Família Wicks, completa em 2024, 30 anos de navegação, superação e histórias que atravessam gerações. Na Regata Aratu-Maragojipe deste ano, não foi diferente, quando em meio a corrida pela Fita-Azul da competição, a tripulação passou por um perrengue inusitado.


O Site Mar Bahia conversou um pouco com o comandante Gerald Wicks e a tripulante Agatha Wicks (presidente da Associação Mulheres do Mar (AMMAR), que falaram também sobre a importância da família e das reais conquistas no mar. Durante a regata, em meio a mais de 100 embarcações inscritas, o Marujo's foi o primeiro a cruzar a linha de chegada, completando as 35 milhas do percurso em pouco mais de 4h. Confira matéria especial:

 

MB - Fale um pouco da experiência do Marujos na regata, há quantos anos o barco participa do evento?


GW - Competimos na Aratu-Maragojipe há mais de 30 anos, mas por incrível que pareça essa foi a nossa segunda Fita-Azul. A primeira foi em 2023, e esta agora, com um gostinho mais especial por estarmos os três irmãos a bordo.


MB - O Marujos tem uma tripulação basicamente familiar. O balanço das "tretas" a bordo é mais positivo? (Risos)


GW - Eu, Jack e Wallace sempre corremos juntos, desde adolescentes, com diferentes barcos. Tretas a bordo sempre acontecem (risos), mas terminam até enriquecendo porque no final, cada um dá o seu ponto de vista e a gente normalmente chega a um consenso. Graças a deus mais acertamos que erramos (Risos).


MB - Com tanta experiência a bordo, o que muda de um ano para outro? Qual o diferencial dessa regata para vocês?


GW - Essa regata realmente precisa de uma boa experiência. O vento sempre varia muito, são muitos barcos, a raia é longa e as dificuldades são grandes, sobretudo na entrada do canal, no Rio Paraguaçu. É uma regata com muita dinâmica técnica e a experiência de corrê-la realmente beneficia. Nesta edição, por exemplo, se não tivéssemos o Rio Paraguaçu pela frente, o veleiro Sagma, certamente, nos passaria.

MB - Conte um pouco sobre os perrengues dessa edição da regata, e também o maior que já passaram no evento.


GW - Esse ano foi um perrengue grande que passamos na Aratu-Maragojipe. Encalhamos em uma pedra, o barco saiu rapidamente, mas graças a Deus, o atraso não foi significativo. Levamos um susto grande, apesar de ser um lugar que já conhecíamos, mas dessa vez acertamos na cabeça da pedra. Ao final, deu tudo certo, conseguimos desencalhar e o barco seguiu adiante, vencendo! (Veja aqui)


AW - O Marujo’s Stanley estava na disputa acirrada com o veleiro Sagma quando acabamos batendo nas pedras. Foi uma porrada tão grande que o barco deu um tombo e arremessou dois tripulantes para frente, inclusive eu. A tripulação ficou muito tensa e nervosa, pois naquele momento perdemos um pouco de posição. Mas, graças a Deus, conseguimos nos recuperar.


Focamos no objetivo, reorganizamos as velas, observamos a correnteza e o vento, e mantivemos o foco na linha de chegada, no barquinho da comissão. Fizemos uma chegada linda, triunfal e histórica. O que vale no esporte é a adrenalina que envolve e impulsiona os tripulantes a darem o seu melhor para conquistar a vitória. E foi assim que o Marujos foi campeão, Fita-Azul, bicampeão, conquistando a Regata Aratu-Maragogipe por dois anos consecutivos.

MB - Fale um pouco sobre a presença feminina a bordo, não apenas do Marujos, como de outras embarcações.


GW - Em Maragojipe, sempre corremos com nossas esposas, o que torna tudo isso mais familiar. A presença feminina torna a conquista mais leve e agradável, comemorando juntos. As tripulações femininas sempre enriquecem as regatas.


AW - Na vela baiana, a participação feminina tem crescido e se destacado, especialmente em competições como a Regata Aratu-Maragogipe. Esse aumento reflete um movimento global de inclusão e valorização das mulheres, essencial para o avanço do esporte. Na Regata Redenção, colocamos a tripulação feminina Meninas da Vela no Marujo’s Stanley e conquistamos o Fita-Azul.


Agora, essa mesma tripulação está treinando para participar da Refeno 2025. A presença de mulheres nas tripulações, como a nossa, mostra a força e competência que trazemos para as competições. É fundamental continuar incentivando a inclusão, capacitação e visibilidade das velejadoras para atrair mais mulheres para a vela.

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MB - Por que o nome Marujo’s e qual a idade desse "velho lobo do mar”?


GW - Esse nome quem escolheu foi minha mãe, Anna Margarida. Ela era muito mística e acreditava que a entidade do Marujo nos traria sorte. O que de fato, vem acontecendo! O nosso barco completou esse ano 30 anos, é um velho guerreiro do mar.


MB - Há quem se importe muito mais em ganhar do que em participar das regatas, com todas as dificuldades e perrengues que acontecem a bordo. Então, apesar de tantas Fitas-Azuis e prêmios conquistados pelo Marujos, como vocês vêm essa questão?


GW - Ninguém ganha nada se não participar. O resultado depende da competência da tripulação, é uma consequência das melhores estratégias e decisões a bordo. As dificuldades vão existir, os perrengues são comuns no mar, mas a melhor forma de lidar com eles é administrando.

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